quarta-feira, 6 de junho de 2007

Implantação

A proposta de implantação do projeto prevê sua aplicabilidade em quatro regiões distintas do estado, cada qual com sua peculiaridade, conforme demonstram as sínteses regionais em anexo. Também destacam-se por estarem inseridas no contexto de abrangência social do projeto e possuírem algumas características especiais:
  • Áreas de fronteira;
  • Localidades remotas;
  • Comunidades menos favorecidas e
  • Localidades com baixo índice populacional

Baseado nisso, definem-se as localidades estaduais:

  • Arquipélago do Bailique
    Localizado à Foz do rio Amazonas com o Oceano Atlântico, o Bailique concentra uma rica diversidade cultural e ambiental. Possui sua economia baseada na exploração sustentável da natureza como meio de desenvolvimento social.
    Comunicação Global no Bailique - Amapá
  • Oiapoque
    Fronteira com a Guiana Francesa e a porta de entrada do Brasil, no extremo norte do território nacional.
    Comunicação Global no Oiapoque – Amapá
  • Laranjal do Jari
    Localizado a sudoeste do estado e fronteira com o Pará, o município ficou conhecido através do Projeto Jari de Papel e Celulose instalado no estado do Pará. Sobrou para o lado da fronteira amapaense o crescimento desordenado das comunidades pelo grande volume migratório de trabalhadores no projeto.
    Comunicação Global no Jari - Amapá
  • Rio Araguari
    Atravessando o estado de noroeste à nordeste com passagem pela região central, o Araguari ficou famoso pelo fantástico efeito da Pororoca em sua Foz. Em todo curso de suas margens, dezenas de pequenas comunidades utilizam de suas águas para a sobrevivência das famílias e a integração regional. Um rico acervo cultural e valiosa riqueza natural acompanham o rio em sua jornada rumo ao Oceano Atlântico.
    Comunicação Global no Araguari - Amapá

Arquipélago do Bailique

Para implantação do primeiro módulo do Projeto foi selecionado o Arquipélago do Bailique, localizado a leste do Estado, às proximidades da Foz do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico. Com uma biodiversidade fantástica e uma cultura popular esquecida pelas inúmeras administrações que se sucederam, a região concentra uma multiplicidade de atividades priorizadas pelo Governo do Estado do Amapá, através do seu programa de desenvolvimento sustentável. Distante em cerca de 150 Km da Capital Macapá ou devido as características fluviais da região, aproximadamente 12 horas de transporte hidroviário, o Arquipélago, formado pelas ilhas de Bailique, Brigue, Curuá, Faustino, Franco, Marinheiro, Meio e Parazinho, concentra uma população de aproximadamente 8500 habitantes, oficialmente catalogadas em 37 comunidades. Várias atividades econômicas são desenvolvidas pela população, sendo que dentre as mais expressivas podemos destacar a pesca, extrativismo vegetal, industrialização do palmito, construção naval, agricultura de subsistência, comércio, apicultura e pecuária, diversificação econômica decisiva para escolha da região como um dos cenários estaduais para consolidação do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Amapá. A rica variedade de recursos naturais privilegiam o crescimento de suas atividades econômicas através das experiências de desenvolvimento sustentável lá implantadas, proporcionando as comunidades locais o fortalecimento da cidadania e o reconhecimento de sua região como um ponto de referência para o Governo do Estado disseminar tais ações em outras localidades.


Laranjal do Jari

Distante cerca de 16h de barco ou aproximadamente 6h via transporte rodoviário, Laranjal do Jari localiza-se à margem esquerda do rio Jari, o qual separa o estado do Amapá do estado do Pará. Limita-se com os municípios de Vitória do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari, com o estado do Pará e com os países Suriname e Guiana Francesa e as vias de acesso às localidades vizinhas são feitas através de transporte fluvial e rodoviário estradas de terra. O município de Laranjal do Jari foi criado através de lei federal de 17 de dezembro de 1987, com aproximadamente 31.170 km2. Originou-se a partir do povoado do "Beiradão" localizado às margens do rio Jari, cujo nascimento deve-se principalmente ao projeto Jari e sua expansão e desenvolvimento. A Companhia Jari Florestal e Agropecuária LTDA, responsável pelo projeto, necessitava arregimentar mão-de-obra para o trabalho de exploração e reflorestamento de extensas áreas de florestas e indispensáveis às atividades da empresa. Muitos desses trabalhadores foram arregimentados de outros estados e contratados de forma temporária e indireta, causa principal da criação do povoado, única opção de moradia naquela ocasião. O crescimento espacial do município se deu ao longo do rio, haja vista a facilidade de abastecimento de água que o próprio oferecia. O relevo da parte sul do município, tem a presença de uma faixa de planície amazônica, com formação no período chuvoso sujeita a inundações periódicas. Ao norte encontramos o planalto cristalino das Guianas. Ao norte e nordeste encontra-se a Serra do Tumucumaque e ao leste é dividido pela Serra de Iratapuru. A hidrografia do município é composta pelo rio Jari e seus afluentes, pela margem esquerda, sendo que o rio possui boa navegabilidade até a cachoeira de Santo Antônio, representando grande importância turística e potencial para fornecimento de energia hidroelétrica. Sua população de aproximadamente 27000 pessoas, distribui-se em 80% na zona urbana e o restante na área rural e é basicamente derivada do processo migratório dos estados do Pará, Maranhão, Piauí e Ceara. No setor habitacional, a maioria das casas são construídas em cima dos rios, de madeira, coberta de telhas e palhas. Em média possuem dois compartimentos abrigando 4,99 hab/família. Não possuem foças e as necessidades fisiológicas são despejadas diretamente ao rio. Essas casas em forma de palafitas estão sempre sujeitas a enchentes no período de maior incidência pluviométrica e incêndios na época das secas. Economicamente, as principais atividades produtivas do município são: extração mineral, principalmente das jazidas de caulim, madeira, castanha-do-Brasil, agricultura de subsistência e em maior proporção o comércio varejista.


Oiapoque

O município de Oiapoque fez parte da Capitania de Cabo Norte em torno do qual, desde os primórdios do século XVI, holandeses, ingleses e franceses travaram com portugueses e brasileiros, lutas no afã de estabelecer ao sul do rio Oiapoque ou Vicente Pizón (como era conhecido), e ao norte como do rio Amazonas o domínio territorial e consequentemente a expansão dos impérios colonistas que representavam. Os primeiros habitantes foram os índios "Oiampis"que ocupavam o rio Oiapoque, os Galibis e Palikur, concentrados no vale do rio Uaçá e seus afluentes. Oiapoque em tupi guarani quer dizer OIAP-OCA ou casa dos Oiampis. Em 1907 o governo federal criou o Primeiro destacamento Militar, o qual servia de abrigo a presos políticos. Para consolidar a Soberania nacional sobre áreas limítrofes, face ao contestado franco-brasileiro, ergueu-se um monumento à Pátria, indicativo do marco inicial do território brasileiro em 1943, composto de citações do Hino Nacional e uma placa com os dizeres "Aqui começa o Brasil". Está localizado na parte mais setentrional do Brasil e do estado do Amapá. Limita-se ao Norte fazendo fronteira com a Guiana Francesa, ao sul com os municípios de Calçoene, Serra do Navio e Amapari. Ao leste é banhado pelo Oceano Atlântico e rio Cassiporé e a oeste com o município de Laranjal do Jari. Possui uma área de aproximadamente 24.900 Km2, sendo que 2056 Km2 são áreas de reservas biológicas do cabo Orange e 5145 Km2 de áreas indígenas do Uaçá, o que mostra ser o município uma importante área de preservação cultural e ambiental. Distante cerca de 600 Km da Capital Macapá, a única via de acesso é a BR-156 em sua maioria composta por trechos de terra, com trechos quase intrafegáveis no período de chuvas. O relevo do município é composto por planícies e a vegetação com matas de terra firme, várzeas altas e baixas, campos com abundância de gramíneas e matas litorâneas que constituem os manguezais. Dos quase 12000 habitantes, aproximadamente 3900 vivem em áreas indígenas, 390 famílias em zona rural e o restante, 7700 pessoas, vivem na zona urbana, que compreende Clevelândia do Norte e a sede do município. A população diversificada de origem possui predominância indígena. As principais atividades econômicas são: comércio com pequenos e médios estabelecimentos, o ouro e o artesanato dele derivado, com cassiterita, macassita e pedras preciosas. Na agricultura destacam-se a produção de farinha de mandioca, milho e arroz. Sua maior fonte de atração turística apresenta-se basicamente através de seus rios paradisíacos de Oiapoque, Uaça e Cassiporé, Lago do Muruani e Cabo Orange, bem como passeios na Serra de Tumucumaque e Monte Cajari. Como atividades culturais possui a festa do Turé, a principal atividades cultural das áreas indígenas e as festas de Nossa Senhora das Graças e de São Benedito.


Rio Araguari

O Amapá possui uma bacia hidrográfica constituída de muitos rios que se destacam pela sua importância econômica. Os rios amapaenses na sua maioria deságuam no Oceano Atlântico. O rio Araguari nasce na Serra de Tumucumaque e deságua no grande oceano. Esse rio possui 36 cachoeiras entre as quais merecem destaque: Cachoeira do Paredão onde fica a Hidrelétrica Coaracy Nunes a qual fornece energia elétrica para grande parte do estado e Cachoeira da Anta, do Arrependido, do Arrependidozinho, das Pedras, Mungubas, dentre outras. É neste rio que acontece o Fenômeno da Pororoca, um dos principais atrativos da região. Ao longo do rio verifica-se a presença das florestas de igapó, temporariamente inundadas em forma de ilhas, interceptada por campos naturais também inundáveis. Várias comunidades de diferentes municípios utilizam-se de suas águas como única forma de transporte para integração regional e fonte de alimento para suas famílias.


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